terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Até quando Catilina?

Ontem, por volta das três da manhã, estava com insónia. Optei por solução televisão. Embora resida no centro do Porto, por imposição dos operadores da Cabo, só tenho acesso a quatro canais o que é semelhante ao sétimo círculo do inferno.
Na TVI estava a dar uma série aparentemente cómica. Na 1, um melodrama. SIC: uma reposição daquelas séries feitas em casa estilo pensão portugal. Restava a 2 e a opção de ver uma entrevista com o ex-bastonário José Miguel Júdice num programa de economia.
E hoje acredito que tudo sonhei e que nada do que ouvi correspondia à verdade. Que o Dr. Júdice tinha sido progressista e conciliador das profissões jurídicas. Que lhe tinham dito para não ficar preocupado com o processo disciplinar das "obrigações do Estado em consultar as grandes sociedades de Lisboa" pois seria arquivado. Que o Estado poupava dinheiro se escolhesse escritórios com advogados experientes ( aka que já foram juízes aqui ou ali ou deputados ou ... ) e em número suficiente ( porque um processo pode precisar de 15 advogados )....
E que o actual ministro da justiça era dos que melhores reformas se prepara para realizar ( se o deixarem )...
E que não ia falar em nomes mas o seu escritório já tinha ganho cinco acções a favor ou contra uma câmara ou sei lá o quê...
E que o que queria dizer, quando foi erroneamente interpretado, era: se o Estado tem de se justificar quando escolhe o seu escritório deveria justificar-se quando não o faz...
O que é reforçado quando os maiores privados o fazem!!!!
Mas foi tudo um sonho. Apenas um sonho mau. Porque a advocacia não se faz assim. Vem nos Estatutos, aparentemente.

3 comentários:

Ricardo Nascimento disse...

Lembro-me bem de uma "triste" entrevista ao Jornal de Negócios a tal merecedora de atenção e análise por parte do competente Conselho de Deontologia em matéria de "publicidade" - dando de si e inevitavelmente do título honorífico a que tem direito (Bastonário) uma imagem que considero deplorável. Lembro-me que vários blawgs mostraram indignação pelas suas palavras e na altura recordei-me de uma citação do Triunfo dos Porcos de George Orwell: "Todos somos iguais, mas há uns mais iguais do que outros".
É claro que a advocacia não se faz assim e julgo que um dos 300 trabalhadores da sociedade do Dr. Júdice deve ter por lá uma cópia dos Estatutos da Ordem dos Advogados.

Informática do Direito disse...

Vi essa mesma entrevista no Sábado passado.
Fiquei particularmente esclarecido com os rasgados elogios que o Dr. Júdice fez ao actual Ministro da Justiça e com a censura velada que fez aos actuais corpos gerentes da Ordem dos Advogados.

Ricardo Nascimento disse...

Hoje o Jornal de Negócios transcreve partes dessa entrevista, fiquei estarrecido com a inconfidência de que o Dr. Laureano Santos pretensamente terá dito em relação ao processo disciplinar "não se preocupe, você agora é notificado, diz qualquer coisa e isto tudo acaba arquivado..."