sábado, 23 de maio de 2009

4.º Filme do IV Ciclo: "A JUSTIÇA NO CINEMA" - Teatro do Campo Alegre - A Filha do Juiz, de William Karel - 27 de Maio



A AJP em parceria com a Direcção Regional Norte da ASJP e com o apoio da Medeia Filmes vai exibir na próxima quarta-feira dia 27 de Maio, pelas 21H30, o último filme do IV ciclo "A JUSTIÇA NO CINEMA: A FILHA DO JUIZ (La Fille du Juge), de William Karel, 2006, (documentário inédito em Portugal sobre juiz que julgou casos de terrorismo), seguido de um debate com a participação de convidados que exploram a temática do filme nas suas diversas vertentes promovendo também a participação do público.


Como convidados para o debate subsequente ao filme estarão:


- Artur Oliveira – Juiz Desembargador no Tribunal da Relação do Porto;

- Ricardo Alexandre – Jornalista, Director-Adjunto de Informação da RDP;

- Frederico Garrett (lic. em Economia e Direito, Coordenador da Formação da Cruz Vermelha Delegação do Porto);

como moderador: Branca Macedo Varela - Juiz de Direito, Presidente da Direcção Regional Norte da Associação Sindical dos Juízes Portugueses;



>> Sinopse: “Eu sou a filha do juiz Bouloque, do terrorismo, da década de 1980, dos atentados em Paris. E eu fiquei órfã de tudo isso. Ninguém se lembra de meu pai, e a onda de atentados de sua época em Paris se confunde com as seguintes. Eu tinha 13 anos quando meu pai disparou, em 13 de dezembro de 1990. Disparou em si mesmo, e em nossas vidas.”

Clémence Boulouque tem 21 anos e está em Nova Iorque. Os atentados ao World Trade Center levam-na de regresso à sua infância, também ela profundamente marcada pelo terrorismo.

Clémence Boulouque é filha do juiz da secção anti-terrorista, Gilles Boulouque, encarregado dos inquéritos sobre os atentados de 1985-1986 em Paris, entre outros. Na sequência dessa investigação, e após os inquéritos, Boulouque liberta o suspeito Wahid Gordji, dada a ausência de provas de que Gordji fizesse parte da rede da terroristas.

Boulouque é acusado por muitos dos seus pares de trair a independência da justiça e de ceder a pressões políticas, tendo usado a libertação de Gordji como moeda de troca para dois reféns franceses retidos no Líbano. Boulouque é um homem íntegro e idealista, profundamente envolvido no seu trabalho. A pressão e o abandono a que é votado acentuam a sua fragilidade e o seu sentimento de solidão, agravados pela acusação em 1988 de violação do segredo de justiça. No dia 13 de Dezembro de 1990, tragicamente, Gilles Boulouque suicida-se.

Na altura da sua morte, a sua filha Clémence tem 13 anos. Como ultrapassar estes acontecimentos? A morte de um pai? O desaparecimento do seu herói? Depois de uma infância constantemente rodeada de seguranças, ela vê-se sem a única pessoa com quem se sentia protegida e refugia-se no silêncio e na escola. Mais tarde acabará por escrever a sua dor e a sua solidão no livro 'Mort d’un Silence’, trazido ao cinema pela mão de William Karel.

Karel insere o contexto histórico e a conjuntura em que se criou a máquina político-mediática que levou Boulouque ao suicídio, com uma série de imagens de arquivo, onde não falta um debate entre François Miterrand e Jacques Chirac, na campanha presidencial de 1988, em que cada um deles tenta ilibar-se de qualquer responsabilidade no caso.

O elemento com menos força deste filme é a ligação aos atentados do World Trade Center que parece algo forçada, mas que, ao mesmo tempo, permite perceber que esta é uma questão muito mais antiga do que muitos de nós se dão conta…”


PREÇO DOS BILHETES:

- 3,50 € para associados da AJP e da ASJP;

- 4,00 € para público em geral;


LOCAL:


- Cine-estúdio do Teatro do Campo Alegre


Contamos com a sua presença!

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