A "falta ou desorganização de meios" surge como o segundo maior problema da Justiça em Portugal, com 28,7 por cento.
O estudo, hoje divulgado, foi promovido pelo Fórum de Jovens Advogados, integrado na candidatura de Magalhães e Silva a Bastonário dos advogados, e conclui, entre outros pontos, que 55 por cento dos inquiridos discordam do actual modelo de organização e funcionamento da Ordem dos Advogados (OA).
Segundo o mesmo estudo, 64,7 por cento dos inquiridos "não se considera representado na Ordem dos Advogados" e, quando questionados sobre a criação na OA de um Instituto de Jovens Advogados, 78,3 por cento concordam com a utilidade do mesmo.
As conclusões indicam, também, que 65 por cento dos inquiridos qualificam de "boa" ou "muito boa" a formação recebida pelo respectivo patrono durante o seu estágio e mais de dois terços dos inquiridos concordam com a realização de um exame de acesso ao estágio de advocacia.
Um terço dos inquiridos qualificam de "importante" ou de "muito importante" a Ordem dos Advogados na sua actividade como advogado.
"Com este inquérito on-line pretendeu-se saber qual a opinião dos advogados em início de carreira sobre temas como o do exercício da profissão, a experiência vivida no período de estágio, a formação na Ordem e a relação com a OA", referem os promotores da iniciativa.
Entretanto, a Associação Nacional dos Jovens Advogados (ANJAP) organiza sexta-feira, em Lisboa, um jantar/debate entre os quatro candidatos a bastonário da Ordem dos Advogados - Menezes Leitão, António Marinho Pinto, Magalhães e Silva e Garcia Pereira -, onde estarão também presentes os demais candidatos independentes a diversos órgãos da OA.
"Numa conjuntura em que mais de metade dos advogados são jovens, mas em que o afastamento destes relativamente à OA é uma realidade indiscutível, urge conhecer os programas e opiniões dos advogados que agora se apresentam como candidatos a bastonário", refere a ANJAP em comunicado.
O objectivo da iniciativa é lançar algumas reflexões, designadamente se faz sentido manter a actual estrutura da Ordem dos Advogados, discutir se a OA é representativa da classe e a que se deve o afastamento de mais de metade dos advogados da sua associação profissional.
"Qual a posição dos candidatos relativamente aos atrasos no pagamento do serviço prestado no âmbito do patrocínio oficioso? Como fazer valer o direito à remuneração dos advogados pelo serviço prestado face ao Governo? Que medidas concretas defendem?", são outras das questões a debater.
A ANJAP está ainda interessada em discutir o modelo de ingresso na profissão, se devem ou não ser instituídos "numerus clausus" e se Portugal tem um número excessivo de advogados.
Face "aos movimentos de desjudicialização e desformalização que o Governo propugna", a ANJAP quer ainda saber qual o papel do advogado e a garantia de mais e melhor Justiça para o cidadão.
As eleições para os corpos dirigentes da Ordem dos Advogados estão marcadas para 30 de Novembro.
FC/TQ.
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