A direcção da Acção Penal só compete ao Ministério Público [MP]. As grandes opções são do MP e, neste caso, do DCIAP [Departamento Central de Investigação e Acção Penal]. Não são da Polícia Judiciária", recordou ontem ao CM o juiz-conselheiro Santos Cabral, ex-director da PJ, lamentando as declarações da procuradora Cândida Almeida, directora do DCIAP, sobre o afastamento da PJ da ‘Operação Furacão’.
Para Santos Cabral, "a Drª Cândida Almeida tem a obrigação e o dever de precisar em concreto o que pretende dizer com as suas afirmações. Não se pode deixar pairar uma dúvida relativamente a instituições que merecem a maior credibilidade, como são a PJ e o DCIAP". Em causa, está a entrevista concedida por Cândida Almeida à TSF, na qual, questionada sobre o afastamento da PJ das investigações ao processo ‘Operação Furacão’, a procuradora alega que esse ficou a dever-se a "a problemas", a "uma situação" que ditou esse afastamento. E não concretizou.
Santos Cabral, que na altura era director nacional da PJ, diz não se sentir atingido pelas declarações e só lamenta a não-justificação. Entretanto, aproveita para recordar que "todas as grandes investigações [do DCIAP], Freeport, Portucale e Furacão, já começaram há três anos. O que não é normal. Deviam ser céleres para esclarecimento da verdade, mas demoram três anos ou mais até estarem concluídas ou até que se saiba alguma coisa de concreto". (...)
Fonte. Correio da Manhã
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