Filipe Rodrigues da Silva
As auto-estradas virtuais não são as Scuts. As auto-estradas virtuais são aberrações do espaço rodoviário português. Pagar uma portagem por inteiro numa auto-estrada em obras e que afectam o tráfego de forma continuada é um bizarria que triunfa no nosso país.
O mesmo conceito que nos leva a sustentar o fim das Scut pela defesa da lógica do utilizador-pagador e da garantia de vias alternativas para as populações, faz-nos questionar o motivo pelo qual é cobrado um serviço que não é cumprido na íntegra.
Além da questão do tempo que se perde com as obras, cortes, reparações e afins, muitas vezes durante período largos de tempo que chegam a atingir meses consecutivos, uma contestação simples e básica se levanta.
Se as auto-estradas permitem viajar mais depressa e em melhores condições, pagando-se um preço por essa garantia e segurança, por que raio se paga o mesmo quando a garantia é parcialmente violada, o tempo médio da viagem aumenta e a segurança não é a mesma?
Por que se paga uma portagem por inteiro quando se viaja numa via que é uma auto-estrada por inteiro apenas no nome e preçários?
A fazer fé nas notícias deste fim-de-semana dando conta de projectos-lei a ser apreciados pela subcomissão de Segurança Rodoviária da Assembleia da República, pode ser que finalmente se chegue a algum lado e os utentes passem a ter alguns direitos reais e não sirvam apenas para pagar as manutenções das rodovias das concessionárias."
Fonte: Diário Digital
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