Na primeira entrevista a um jornal desde que, em Março do ano passado, assumiu funções de director da Polícia Judiciária, João Batista Romão disseca o panorama actual da criminalidade. Preocupa-o o aumento do crime violento - em consequência da crise -, agravado pelo facto de haver cada vez mais jovens a enveredar pela delinquência.
A crise económica está na ordem do dia. Há mais desemprego e indícios de um agravamento da crise social. Até o procurador-geral da República já disse que haverá uma explosão de crimes. Está preparado para um aumento da criminalidade em 2009?
Todos os dias nos apercebemos que, em todo o país, há um tipo de criminalidade violenta que está a florescer. A crise económica influencia evidentemente este fenómeno. Mas não é a única justificação. A própria resposta da Justiça deve ser pensada ao nível da criminalidade juvenil.[...]
Fonte: DN online Ver: vídeo Ler: entrevista
1 comentário:
Aumentou a criminalidade juvenil? Estamos apenas a colher o fruto que semeámos e isto é só o começo. Vai piorar! Certas idéias que têm dominado a nossa sociedade ocidental devem mudar. A violência juvenil existe e começa em tenra idade.
1.º) Em casa, com os pais existe o conceito de que as crianças podem e devem ser educadas sem quaisquer castigos físicos e muitos pais sentem-se hoje inibidos, e até proibidos, de dar uns tabefes aos seus filhos quando eles os merecem, levando a que as crianças se habituem a viver na completa impunidade e a conseguir tudo o que desejam. Casos há em que já se inverteram as posições: são as crianças que castigam físicamente os pais quando aqueles não lhes satisfazem os caprichos.
2.º) As escolas eram um local que também servia para ajudar na educação das crianças, daí a serem tuteladas pelo que ainda hoje se chama de "Ministério da Educação". Mas qual educação, as escolas não têm autoridade para castigar as crianças mal comportadas, daí a desmotivação também de muitos professores. Os jovens sabem que os "profes" não lhes podem tocar “nem com um dedo”, e na falta de outros castigos eficazes nas idades mais jovens, quando se começa a moldar o seu comportamento dentro da sala de aula e fora dela, resta a impunidade que serve de incentivo para que cresçam os comportamentos anormais e a violência nas escolas e fora delas. As primeiras vítimas são os alunos mais fracos e humildes e a escola não tem meios nem autoricdade para os defender. Castigos alternativos? Quais são os eficazes? Ao se aperceberem que nada lhes acontece se recusarem os castigos alternativos é isso mesmo que vão fazer, por isso, há até casos em que são os alunos a desafiar os "profes" a baterem-lhes, o que não podem fazer, por isso frequentemente acabam por ser humilhados diante de toda a turma. O aluno pode ser expulso da sala de aula, mas e se ele recusar sem o exercício de força física, chama-se a polícia? É complicado e de nada serve, apenas dá liberdade para o jovem com comportamento desviante ir dar azo à sua liberdade doentia noutro lugar.
Embora os castigos físicos sejam hoje condenáveis, foram durante muitos anos eficazes e foram em tempos usados em excesso. Também há um abuso de linguagem ao se apelidar de "crianças" todos os menores, como que a inteligência e a capacidade de distinguir o bem do mal chegue na noite em que completa 18 anos. O desenvolvimento humano não é igual para todos: há jovens com dez anos mais desenvolvidos, experientes e astutos do que outros com catorze, quinze e até do que alguns adultos que não ultrapassam intelectualmente a infância.
Algo vai ter que mudar e isso acontecerá mais cedo ou mais tarde quanto à forma de educar e punir as crianças. A permanecer assim, esta sociedade está a criar seres humanos associáveis que nunca se habituarão a cumprir regras e que só farão o que lhes apetecer. Serão uns inúteis que viverão sempre à custa do trabalho alheio, porque é mais fácil! Os castigos físicos são hoje condenados em geral e chega a ser crime mesmo quando dados pelos próprios pais. Nisto como noutras matérias, Portugal irá sempre atrás, por isso teremos que esperar que sejam as principais nações (EUA, UK, França..) a aperceberem-se da inevitabilidade de retorno de alguns castigos físicos. A tendência para a redução da idade de imputabilidade é um sinal de que algo está a mudar: é bom que o jovem seja confrontado com um julgamento em Tribunal como qualquer outro cidadão e condenado, se for caso disso. Servira para interiorizar a repulsa do seu acto. É claro que a idade será sempre tida em conta, mas a reincidência também.
Zé da Burra o Alentejano
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